Existem diversas nomenclaturas usados no mundo da impressão 3D que a princípio podem confundir muito os iniciantes. Nesse artigo fizemos um apanhado de todos os principais nomes usados e os separamos em suas respectivas categorias para uma melhor compreensão.
São 4 categorias de nomenclaturas:
1º As tecnologias de impressão 3D
As impressoras 3D podem utilizar tecnologias diferentes para fazer suas peças, e o nome dado a elas sempre são complexos.
- FDM
Fused Deposition Modeling, é o nome da categoria de impressoras que utilizam um processo de impressão com base em deposição de camadas sobre camadas até formar a peça desejada. Atualmente esse é o processo utilizado em pelo menos 90% das impressoras 3D atuais. Outros nomes para esse processo são o FFF e o FFM, mas o que mais difundiu foi o FDM. - SLA
Stereolithography também conhecida como impressora de resina, é a segunda categoria mais popular de impressoras 3D. Ela também usa um sistema de camadas, porém com uma luz para transformar a resina em polímero sólido. - SLS
Selective laser sintering ele utiliza laser para transformar o pó de determinados materiais na peça desejada. No entanto, por ser um método perigoso e caro ainda não é comumente usado.
2º Peças e Materiais de Impressão
Uma impressora 3D pode parecer algo super complexo e com infinitas peças, mas, na verdade, da para resumir todas as peças em poucos minutos.
- ABS, PLA, PETG, Nylon, TPU
Esses são os nomes dos filamentos mais usados nas impressoras FDM. - Motor de passo
É o nome dos motores usados nas impressoras 3D, eles possuem esse nome, pois movem seus eixos com base em pequenos passos. - Nema 17
É o tamanho do motor de passo mais usado nas impressoras 3D. - Extrusora
É um sistema que normalmente é composto de uma engrenagem e um rolamento que a partir de um motor de passo empurram o filamento para que seja derretido no bico. - Bowden
Esse nada mais é que um modelo de montagem da extrusora onde ela ficará distante do carrinho do hotend que citaremos mais adiante. No bowden para o filamento conseguir chegar até o carrinho ele é conduzido pelo famoso Tubo PTFE e função dele é exclusivamente essa. - Direct drive
Esse é outro modelo de montagem da extrusora, nessa caso ela ficará montada junto do carrinho empurrando o filamento diretamente para o próximo item da lista. - Hotend
Esse é o termo que designa o conjunto de aquecimento responsável pela extrusão. Ele é composto pelo bico que faz a extrusão final, o bloco aquecedor que conecta tudo, o cartucho aquecedor também conhecido como resistência responsável por aquecer o bloco e bico, o termistor que mede essa temperatura, o dissipador que junto com seu cooler tenta não deixar que a temperatura suba e derreta o filamento antes da hora, a garganta que une o bloco e o dissipador. E caso a extrusora seja do tipo bowden, o hotend incluirá o ptfe e o acoplador para conectar o ptfe ao dissipador. - MK8
Essa nomenclatura é uma das mais confusas. Ela foi criada pela empresa MakerBot para designar o sistema de extrusão de suas impressoras, então vieram o mk4, mk5, 6, 7 até chegar ao mk8 onde outras marcas começaram também a usar esses termos. Hoje em dia o MK8 ficou popularizado como um tipo de bico e bloco. Mais precisamente bicos e blocos com diâmetro de rosca M6. Aqui no blog temos um artigo explicando isso e como identificar o bico da sua impressora 3D.
3º Programas e Arquivos de Impressão
Ao contrário do que muitos pensam, impressão 3D não é só escolher o modelo da peça e mandar imprimir. Existem vários softwares envolvidos nesse percurso e muitos nomes confusos.
- CAD
Desenho assistido por computador, são alguns programas utilizados para fazer a modelagem dos objetos em 3D. Alguns softwares de modelagem 3D populares são o Fusion 360, Tinkercad, FreeCAD, Blender, Zbrush e Rhinoceros. - Thingverse
Esse é nome do site mais popular para se encontrar modelos 3D que poderão ser usados na impressão. Existem muitos outros bons sites e vamos deixar um link na descrição que mostra as melhores opções. - STL
Assim como .doc é o formato de arquivo dos documentos do office o .STL e também o .OBJ são nada mais que formatos de arquivo de modelos 3D que podem ser criados a partir dos softwares citados anteriormente. A maioria dos iniciantes imaginam que é esse arquivo que deve ser mandado direto para impressora 3D, no entanto, estão errados, não é ele quem você mandará para a impressora. Você precisará antes converte-lo para uma linguagem específica que considera particularidades da sua impressora 3D. Quem faz isso é próximo item da lista. - Fatiadores
Esse são os programas que funcionam como um tradutor, traduzindo o arquivo de modelagem..o .STL, para a sua impressora 3D. São bem simples, porém, dentro deles, existe todo um universo de configurações possíveis para melhorar suas impressões. Alguns fatiadores populares são o Cura, Simplify3D e o Slic3r. - Gcode
Essse é o formato de arquivo que sua impressora 3D consegue ler. Ele será gerado pelos fatiadores e você passará para a impressora pelo método de recebimento de arquivos utilizado por ela, normalmente um cartão SD. A impressora lê o GCODE a partir do seu firmware, falaremos sobre mais adiante. - Brim, Skirt e Raft
Essas são configurações do fatiador que imprimem outras coisas além da sua peça para tentar ajudar durante a impressão. O Brim é uma configuração do fatiador que manda imprimir linhas ao redor da peça. É muito útil, pois testa a extrusão antes de começar a peça e serve como suporte para a mesma. O Skirt faz a mesma coisa, porém com uma determinada distância da peça. A vantagem é que ele não deixa marcas na peça por não toca-las. Por último o Raft imprime uma espécie de mesa em baixo da peça, é útil para caso esteja sofrendo com empenamento de peças, mas não o resolve o problema. - Retraction / Retração
As engrenagens da extrusora citadas anteriormente, empurram o filamento para que ele seja derretido no bico. No entanto, quando o bico vai se mover de um local para outro e no meio do caminho não há nada, a extrusora precisa puxar um pouco de filamento na direção contrária se não poderá deixar que o filamento vaze durante o percurso formando os famosos fiapos, essa extrusão contrária é a famosa retração. - Fluxo
Também conhecido como Flow ou multiplicador de extrusão, essa é uma configuração presente tanto no fatiador quanto no display da impressora 3D. Ela pode alterar a quantidade de material que é extrusado pelo bico. Para a maioria dos casos de excesso ou sub extrusão essa é a solução. - Warping
Nada mais é que o empenamento das bases da peça. Muito comum em peças como o ABS, pois ele costuma se retrair quando em contato com a temperatura externa.
4º Placas e seus Programas
Além dos programas específicos para modificar peças citados na categoria anterior, temos os programas e componentes que funcionam exclusivamente na impressora 3D.
- Firmware
O firmware é como se fosse o cérebro da impressora 3D, ele é instalado na placa e é responsável por fazer tudo funcionar. - Marlin
Esse é o firmware mais famoso e amplamente usado pelas impressoras 3D atuais. Ele é open-source e é desenvolvido pela própria comunidade. Esse é um dos principais diferenciais da impressão 3D em relação a outras variedades de eletrônicos, tudo segue a filosofia DIY a filosofia do faça você mesmo. Temos artigos mais completos sobre o Marlin aqui no blog. - Placas de 8 bits e 32 bits
Isso se refere ao processador usado nas placas. As de 8 bits dão conta de recado para maioria das necessidades. No entanto, o mercado está avançando e algumas novas funções já não são suportadas pelas placas de 8 bits. - Arduino
Provavelmente você já ouviu falar dessa placa de 8 bits, ela é muito usada na impressão 3D e a maioria das placas atuais são baseadas nela. O termo Arduino também pode ser usado para se referir ao Arduino IDE, que é o editor de códigos que possibilita o controle da placa. Nesse caso possibilita o controle do Marlin. - VSCode
Devido as novas exigências das placas de 32 bits, passou-se a usar o editor de códigos VSCode por possuir muito mais funcionalidades. - PlatformIO
Apesar do VSCode ser muito poderoso, ele não possui as configurações específicas para se trabalhar com o Marlin, quem faz isso é uma extensão presente dentro do VSCode chamada PlatformIO. No momento ela só funciona no VSCode, mas isso pode mudar no futuro. - Thermal Runaway
É uma função do Marlin que funciona como uma medida de segurança contra possíveis acidentes. Ela analisa a temperatura da sua impressora 3D. Se a temperatura não variar por um longo período de tempo é possível que tenha alguma coisa errada e então essa função manda a impressora parar tudo. - PID
Essa é uma configuração que funciona como um calibrador da temperatura de impressão. É recomendado para todas as impressoras 3D. Se o seu firmware não for muito antigo deve ter essa função no display. - RepRap
É um projeto que foi criado em 2004 com o objetivo de criar impressoras 3D que fossem capazes de se auto-replicarem de modo a deixar as impressoras 3D acessíveis para todos. Esse projeto foi de vital importância para o avanço da impressão 3D no mundo e é vista como uma forma de filosofia a ser seguida pela comunidade.